sábado, 3 de setembro de 2022
A Casa do Dragão, Os Anéis do Poder | Comentário
Dei uma olhada no primeiro episódio de A Casa do Dragão e nos dois primeiros de Os Anéis do Poder só pra me inteirar. Não vi nada de novo ou que vá contra o que digo no post 5 motivos pelos quais não gosto de Séries de TV. Os Anéis do Poder tem um visual impressionante, paisagens fantásticas, personagens mais inocentes, então é mais agradável de assistir. A Casa do Dragão já tem a mesma malevolência e selvageria de Game of Thrones, e é preciso ter um prazer intrínseco com assassinato e tortura pra tirar algum proveito. Mas em termos de roteiro/narrativa/personagens, achei ambas comuns e pouco envolventes. E embora uma seja mais leve e a outra mais pesada, o framework filosófico não é tão diferente... ambas estão alinhadas com o eixo misticismo-altruísmo-coletivismo — estão sempre falando de sacrifício, destino, tradição, de cumprir seu dever, ser fiel à tribo, valorizam fantasia como um fim em si mesmo, o que já me distancia desses universos. Não li as obras de George R. R. Martin ou J. R. R. Tolkien, então a questão da fidelidade ao material pra mim não foi problema (até quando conheço as obras originais, não acho que ser fiel seja sempre uma virtude). O elenco "diverso" de Anéis do Poder de fato é um pouco forçado, mas me incomoda mais a questão do Casting Naturalista, que é mais ampla, e influencia até personagens "não-diversos".
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4 comentários:
Amazon: "a série se propõe a contar a história de como os anéis foram pensados por milênios e então foram forjados"
Realidade: um elfo aleatório aparece pro Elrond literalmente no primeiro episodio: "opa! esse aí é o Celebrimbor. Ele vai criar umas paradas aí, um tai de Anéis"
Amazon: "a série vai contar como a Galadriel se tornou a mulher que ela é hoje"
Realidade: atualizou a definição no dicionário para Mary Sue em menos de 30 minutos do primeiro ep
Amazon: "a série vai falar sobre fantasia. Um mundo diferente, sem os nossos problemas"
Realidade: o elfo negro fala como os humanos são racistas e possuem um "racismo intrinsceco" em quem eles são e todo mundo que olha pra ele olha com racismo, menos a mulher
Fora a bizarrice dos cabelos curtos em elfos, o que os deixa com uma cara super comum. Os núcleos que ficam pulando pra todo lado e deixa com cara de novela. A Galadriel se jogar no meio do oceano para voltar a nado pra casa. Os protagonistas explicando para os figurantes coisas que já sabem mas a plateia precisa aprender. A necessidade de ficar fazendo referências aos filmes em momentos completamente inadequados (o momento "que feitiçaria, ou diabrura, é essa?"). A história já começar pela metade, que deveria se propor a contar como tudo começou, mas Sauron já está retornando (e aprendemos na trilogia dos anéis que ele só voltaria dali uns 3 mil anos, então não é uma ameaça iminente). Os elfos já estarem voltando para casa sem que a plateia tenha entendido direito o porque eles sairam de casa pra começo de conversa. A mitologia ser ainda mais confusa que nos filmes (quem é Sauron? pq ele é mau? se vimos o filme com sauron, então quem é morgoth?)
Não sei mais o que está acontecendo com o público. Eles aceitam lixo com embalagem cara. Ou abraçam o ridículo mesmo, como aqueles que defendem a She-Hulk apesar de nem a embalagem prestar. Aquela cena do twerking eu nem consegui fazer piada. Só fiquei olhando pasmo, pensando em como deixaram um treco desses passar pro mundo ver
Mulher Hulk legal é a do John Bryne nos quadrinhos, imagina um Deadpool com uma personalidade bem menos cinza, é a descrição da personagem. Mil vezes melhor.
Oi Caio! Acho que a série do House of Dragons não sobrevive sem o suporte que vem da história original do Game Of Thrones. Ela foi retirada do livro do Mundo de Gelo e Fogo, onde simplesmente existe uma parte dedicada a detalhar a dinastia Targaryen, sem um enredo propriamente dito. Sem o contexto da história original, acho que pode apenas parecer uma história chata de uma dinastia qualquer, principalmente porque eles não se preocuparam em dar mais do que 3 minutos de contexto sobre o que é a série no primeiro episódio.
Eu estou assistindo pois existem alguns eventos chave que são famosos nas crônicas e pode gerar algum conteúdo interessante para série, mas visto o desastre da última temporada de Game of Thrones, não tenho muita esperanca aqui.
Sobre o The Rings of Power, não li o livro que inspirou a série e achei o primeiro episódio bonito e enfadonho. Eu acho incrível como um episódio de 1h consegue mostrar tanto e nada ao mesmo tempo haha. Eu não vejo a obra do Martin apresentando heróis e vilões, mas com o Tolkien é diferente, e os heróis dele são sempre chatos demais.
Entendi! É que na minha visão, filmes (e séries tb) devem ser quase que "intrinsecamente interessantes" cena após cena.. pois inteligência, técnica, talento, beleza, são coisas naturalmente interessantes.. e um bom filme demonstra essas qualidades com frequência, em vários níveis (atuação, diálogos, fotografia, música, enredo...). Imagina que você nunca leu o livro O Iluminado do Stephen King, e pegue o filme de 1980 já pela metade, sem ter contexto algum.. não vai demorar 30 segundos até que algo fascinante ocorra na tela e desperte sua curiosidade. Claro que nem todo filme vai ser magnético o tempo todo.. mas se o piloto de uma série é enfadonho por 40min, não sei se há contexto prévio que possa tornar aquilo interessante pra mim, na ausência dessas qualidades "intrínsecas". Pois os fatos concretos de uma narrativa (quem é o pai de quem, quem descobriu objeto X, quem matou o irmão de quem) não é o que realmente torna uma história interessante pra mim. É como se fosse só a letra da música, entende? Hehe, concordo com a chatice dos heróis do Tolkien, se os filmes servem como referência. abs!
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