sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Tron: Ares

Imagens e sons bonitos, mas pura mediocridade no nível da história, dos diálogos, do elenco, das mensagens (é daqueles filmes tipo Avatar que te atraem pela tecnologia e pelo alto valor de produção, mas daí trazem um enredo anti-capitalista pra “equilibrar”). 

Na minha viagem recente pra Orlando, tive uma impressão muito forte: a de que os parques da Disney representam algo muito mais importante e vital para a empresa do que a divisão de cinema. E talvez isso explique, em parte, a mediocridade dos filmes. Em muitos casos, os produtores não estão tentando criar obras duradouras, que sejam fins em si mesmas. O verdadeiro produto é o parque — e os filmes servem principalmente para manter as atrações “quentes” no imaginário popular. A montanha-russa do Tron, inaugurada em 2023, é atualmente a atração mais disputada do Magic Kingdom (a Disney de Xangai tem uma desde 2016). Faz sentido, portanto, produzir mais filmes da franquia Tron pra manter o brinquedo em alta. O mesmo vale para novos conteúdos de Star Wars, sequências de Avatar e remakes live-action dos clássicos. A reforma atual da Frontierland trará uma nova área baseada em Carros — então, se uma sequência de Carros for anunciada nos próximos anos, vocês já sabem o motivo. Ou seja, com raras exceções, a Disney tem feito filmes não com a mentalidade de quem vê o cinema como sua própria experiência, mas com a mentalidade de quem produz aqueles vídeos temáticos que passam na fila do brinquedo.

Tron: Ares / 2025 / Joachim Rønning

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