quinta-feira, 26 de março de 2009
Pagando Bem, Que Mal Tem?
Comédia com Seth Rogen e Elizabeth Banks sobre um casal de amigos que resolve fazer um filme pornô pra pagar as contas.
O diretor e roteirista Kevin Smith ficou famoso nos anos 90 com a comédia "O Balconista" que até hoje é considerada seu melhor trabalho. Ele também é o responsável por "Procura-se Amy", "Dogma", e costuma fazer pontas em seus próprios filmes ao lado de Jason Mewes como a dupla de maconheiros Jay e Silent Bob (ele é o gordo de barba que não abre a boca).
O importante é saber que Smith é conhecido por seus diálogos rápidos, cheios de referências culturais (ele adora quadrinhos, Star Wars, e todo esse universo nerd), e principalmente pelo humor negro, escatológico, de "mau gosto", quase sempre envolvendo sexo e coisas bizarras. A diferença é que ele escreve bem e traz certa inteligência à baixaria; seus filmes não são para o público adolescente de "American Pie". Dito isso, você provavelmente já sabe se o filme é pro seu bico ou não.
Eu gostei bastante. Elizabeth Banks foi a escolha errada pro papel, e toda a parte romântica do filme é desastrosa, porém as piadas são fantásticas, e foi pra isso que eu paguei o ingresso. Imagine esta conversa quando os dois estão bolando títulos para o filme pornô:
Zack: "Cocunt"!
Miri: What's that?
Zack: It's like Cocoon. With a cunt!
INDICADO PARA: Quem gostou de "O Balconista 2", os filmes do Judd Apatow como "Ligeiramente Grávidos" e "Superbad" - lembrando que este é bem mais sujo.
Zack and Miri Make a Porno (EUA, 2008, Kevin Smith)
NOTA: 7.0
quarta-feira, 25 de março de 2009
LASERMANIA EXIBE "DONNIE DARKO"
A Associação Cultural Laser Digital - Lasermania dá continuidade à série de eventos gratuitos abertos ao público com filmes do seu acervo. A próxima sessão será no dia 31/03, terça-feira, às 20h30, com exibição do filme Donnie Darko, produção norte-americana de 2001, dirigido por Richard Kelly, com Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Drew Barrymore e Patrick Swayze. O filme será apresentado por Caio Amaral, que comanda um bate-papo com a platéia após a apresentação.
Lançado direto em DVD no Brasil, Donnie Darko é o ambicioso filme de estréia de Richard Kelly; uma produção americana independente que saiu em 2001 e imediatamente alcançou status de cult. O filme desafia qualquer definição simples. É o drama de um adolescente desajustado nos anos 80 (interpretado por Jake Gyllenhaal, de "Brokeback Mountain") que começa a ter visões do fim do mundo; uma mistura complexa e bem sucedida de drama, sátira, filosofia, ficção-científica, nostalgia e suspense. Está entre os 150 melhores filmes de todos os tempos segundo o IMDb.
Caio Amaral é roteirista, estudou cinema em Los Angeles, trabalhou como diretor de comerciais e videoclipes, foi colaborador da revista Flash e do site Cinema com Rubens Ewald Filho.
SERVIÇO:
Exibição do filme "Donnie Darko" (EUA, 2001)
Direção: Richard Kelly
Elenco: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Drew Barrymore, Patrick Swayze
Duração: 113 minutos - Colorido
Legendas: Português
Sessão gratuita com lugares limitados (32 vagas)
Dia 31 de Março, terça-feira, às 20h30
Reservas pelo telefone 3167-0196
Local: Associação Cultural Laser Digital - Lasermania
Rua Pedroso Alvarenga, 1293, Itaim Bibi
(a meia quadra da Rua Iguatemi e da Nova Faria Lima)
www.lasermania.com.br
Informações para a imprensa:
Cristina Bielecki
Assessoria de Comunicação
Rua Monte Alegre, 523 - 12º - Conj. 121
05014-000 - São Paulo - SP
Tel: (11) 3672-8682
Cel: (11) 9111-8970
Gran Torino
Clint Eastwood é um dos grandes ícones do cinema. Ele já dirigiu mais de 30 filmes, atuou em mais de 40, já ganhou 5 Oscars, e agora beirando os 80 anos ele se dirige em "Gran Torino", o filme de maior bilheteria de toda sua carreira (só nos EUA o filme faturou 143 milhões de dólares!). Ele é um astro, uma lenda, e a prova de que o verdadeiro artista apenas melhora com o tempo.
No filme ele faz um veterano da guerra da Coréia que acabou de perder a esposa. Ele é durão, racista, solitário (um tipo muito comparado a Dirty Harry, seu personagem mais famoso), e acaba se envolvendo com uma família de vizinhos asiáticos que está sendo ameaçada por uma gangue. O filme se desenrola mais ou menos como uma história de vingança, mas é no fundo uma história sobre caráter, força, redenção, que ninguém melhor que o Clint para representar. É sem dúvida um dos melhores filmes de sua carreira, e um dos melhores de 2008 (tive inclusive que fazer uma alteração no meu TOP 10!).
Clint anunciou que este seria seu último filme como ator (agora ele está dirigindo a biografia de Nelson Mandela com o Morgan Freeman). Uma pena, pois ele é uma das figuras mais queridas do cinema e é sempre um prazer vê-lo em cena. É como o Woody Allen ou o Mick Jagger. A gente não repara mais na idade, suas personalidades transcendem o corpo e o tempo.
INDICADO PARA: Todos. Quem gosta do estilo econômico de Clint ("Menina de Ouro", "Os Imperdoáveis"). Quem gostou de "Valente" com a Jodie Foster.
Gran Torino (EUA, 2008, Clint Eastwood)
NOTA: 8.5
sábado, 21 de março de 2009
Ele Não Está Tão a Fim de Você
Baseado no bestseller "He's Just Not That Into You" (uma tradução mais precisa seria "Ele Simplesmente Não Está Tão a Fim de Você", que por sinal daria um ótimo título numa rodada de mímica), esta é uma comédia romântica acima da média e com um elenco espetacular (Jennifer Aniston, Ben Affleck, Jennifer Connelly, Scarlett Johansson, Drew Barrymore e seu atual ex-namorado Justin Long - meu favorito do filme inteiro). A história foi inspirada num episódio de "Sex and the City" onde Miranda pede conselhos amorosos a Jack Berger, namorado de Carrie.
O filme promove uma idéia simples que a gente já aprende no trailer - se um cara estiver a fim de você, ele fará acontecer! Ponto. Se você não tem certeza de que algo está rolando, é porque não está. Pare de culpar a falta de tempo dele, o trabalho, a operadora de celular, e chegue logo à conclusão mais óbvia! A idéia pode não ser genial e o filme pode acabar traindo sua proposta no final, mas é tão difícil ouvir sensatez em filmes desse gênero que eu realmente tenho que admirar a iniciativa! É o tipo de filme que está em sintonia com a platéia e reflete os valores do momento. Uma comédia romântica que não exige o habitual esforço da platéia pra acreditar na história; suspeito até que o público masculino irá gostar. Eu comprei a idéia. Na verdade o filme foi tão convincente no seu discurso anti-romântico que cada vez que um personagem levava um fora eu pulava de alegria na poltrona...!
INDICADO PARA: Quem gostou de "Sex and the City - O Filme", "Simplesmente Amor", etc.
He's Just Not That Into You (EUA, 2009, Ken Kwapis)
NOTA: 7.5
quarta-feira, 18 de março de 2009
Entre os Muros da Escola
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro esse ano, este foi o primeiro filme francês a vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes desde 1987. Não espere o tradicional filme sobre professores e alunos na linha de "Ao Mestre, Com Carinho" ou "Mentes Perigosas". Este é um mergulho quase documental num colégio francês de periferia, onde acompanhamos um professor de francês e seus problemas em liderar uma classe formada por adolescentes de 15, 16 anos das mais diferentes origens (muitos vêem a classe como um microcosmo da França atual, revelando os conflitos da população multi-étnica com o governo ainda conservador). O filme é diferente dos outros que citei, pois aqui não há ninguém certo ou errado. Tanto os alunos quanto os professores são falhos e têm pontos de vista válidos e compreensíveis. O filme apenas registra a interação dos personagens - não há lição de moral. O que segura tudo e torna o filme fascinante é a maneira como os personagens são retratados. Eles são tão humanos, tão reais, tão próximos, que a gente sai do filme lembrando de muitos dos nomes dos alunos, como se tivéssemos conhecido uma nova turma. É um tema sério e até incômodo, mas é tudo mostrado com muito humor e leveza. O mais surpreendente talvez seja ver que a França tem uma periferia (!), e que nem todos lá são os intelectuais chatos que costumamos ver no cinema.
INDICADO PARA: Não lembro de nenhum filme parecido, mas indico pra quem gostou de "A Casa de Alice" ou "Linha de Passe", não pela história, mas pelo tipo de sensibilidade vista nos personagens.
Entre les Murs (FRA, 2008, Laurent Cantet)
NOTA: 7.0
Dia dos Namorados Macabro
Mais um remake de um filme de terror dos anos 80; o original saiu em 1981 e costumava passar no SBT no dia dos namorados. A história se passava numa cidadezinha mineradora que era aterrorizada por um serial killer no dia de São Valentim. O assassino usava roupa de minerador e arrancava o coração das vítimas com uma picareta (!).
Sou contra, mas até entendo o interesse comercial em refilmar slashers como "Sexta-Feira 13" e "Halloween". A onda pegou, e agora estão refilmado até filmes menos conhecidos como este. E eu me pergunto: não seria mais fácil inventar uma história nova, mais adequada aos tempos atuais? Afinal, o material original não era exatamente Shakespeare. Slasher é um gênero relativamente simples de se escrever; será que a criatividade anda tão em baixa assim? Seria como se refilmassem "Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado" em 2025! Enfim, a novidade aqui é que o filme foi rodado em 3D, o que melhora consideravelmente a experiência. Fora isso, não há muito o que destacar. Só fico contente de ver que estamos saindo da era "Jogos Mortais" e voltando pro velho terror de máscaras e sustos.
Um detalhe curioso é que ainda não inventaram uma maneira eficiente de legendar filmes 3D sem arruinar parcialmente a experiência visual - se a legenda fica dentro da imagem (como letras "flutuando" na tela), o ajuste constante de foco cansa o olho do espectador e causa tontura. Se a legenda é projetada abaixo da tela por exemplo, fora da imagem, tira parte da sensação do 3D. Portanto, todos os filmes tridimensionais estão sendo lançados em cópias dubladas.
INDICADO PARA: Fãs do velho terror. Quem gostou do novo "Sexta-Feira 13".
My Bloody Valentine (EUA, 2009, Patrick Lussier)
NOTA: 6.0
quinta-feira, 12 de março de 2009
W.
A vida do ex-presidente americano George W. Bush contada por Oliver Stone, aclamado diretor de "Platoon", "Nascido em 4 de Julho" e "JFK".
Soa um pouco estranho sair um filme sobre a vida de Bush agora em 2008? Quando ouvi falar do projeto pela primeira vez também achei que sim. Mas se tratando de Oliver Stone, que sempre foi conhecido pela polêmica, a idéia não me pareceu inadequada. Imaginei algo explosivo, controverso, e não esse filme tímido, em cima do muro, que nunca sabe se está ridicularizando ou sentindo pena do personagem. Afinal, Bush já foi tão massacrado por gente talentosa nos últimos anos que fica difícil acrescentar qualquer coisa ao tema. O filme tenta ter uma visão mais compreensiva dele, mostrando sua trajetória de Yale até a Casa Branca, tentando sempre atingir às expectativas do pai. Mas no fundo só faz isso pra tentar criticá-lo num tom mais "respeitável", o que apenas prejudica o filme, pois depois do que Michael Moore fez em "Fahrenheit 9/11", isso aqui fica parecendo um tapinha nas costas do presidente. Uma coisa que eu acredito é que um filme precisa estar ou a favor, ou contra seu personagem (de preferência a favor). Se você quer ficar no meio, contar a história de um personagem ambíguo, que tem tantas qualidades quanto defeitos, você tem que ter um roteiro tão brilhante que no fundo acabe sendo sobre algo maior que o protagonista (não é impossível; Kubrick fez isso brilhantemente em quase todos os seus filmes, especialmente em "Barry Lyndon" e "Laranja Mecânica"). "W." tem um roteiro fraco, um elenco mal dirigido (imagine desperdiçar Jeffrey Wright, Scott Glenn, Ellen Burstyn, Thandie Newton, Josh Brolin, Richard Dreyfuss, James Cromwell...), e independentemente de ter saído no momento errado (o que não é um erro fatal, afinal não acho que filmes tenham que "servir" pra qualquer coisa, muito menos pra política), o filme não funciona pois é um trabalho cinematográfico medíocre, simplesmente. O filme faz para Bush o mesmo que "As Torres Gêmeas" fez para o 11 de Setembro e "Alexandre" fez para o rei da Macedônia.
W. (EUA, 2008, Oliver Stone)
NOTA: 5.0
domingo, 8 de março de 2009
Watchmen - O Filme
Pretensioso demais? Longo demais? Violento demais? Sério demais? Sim para tudo isso. No entanto essas coisas só incomodam realmente quando o filme é vazio e mal intencionado. Não é o caso de "Watchmen"; a história é complexa e interessante, cheia de lacunas a serem preenchidas - mas não tantas a ponto de perdermos o interesse na trama. O filme pega emprestado elementos de outros filmes, mas consegue criar um estilo próprio, com suas próprias idéias e ousadias (há imagens inesquecíveis como a sequência de sonho em Marte ou a base secreta na Antártica). Mas antes de tudo, o filme funciona porque os personagens são verdadeiros - a ausência de grandes astros na produção é um bom indício de que o casting foi feito pra favorecer os personagens e não a bilheteria. Dos atores, quem mais se destaca é a linda e simpática Malin Akerman que tem tudo pra entrar pro primeiro time de atrizes de Hollywood, e também Jackie Earle Haley (o pedófilo de "Pecados Íntimos"), talvez o personagem mais forte do filme. Enfim, apesar dos problemas, acho que o filme é uma fonte original de criatividade e há conteúdo o bastante pra perdoarmos seus pontos fracos.
INDICADO PARA: Fãs de quadrinhos. Quem gostou de "Sin City" ou "Hellboy 2 - O Exército Dourado". Não levem as crianças!!!
Watchmen (RU/EUA/CAN, 2009, Zack Snyder)
NOTA: 7.0
quarta-feira, 4 de março de 2009
Quarentena
Este é o remake americano do filme de terror espanhol "[REC]" que saiu ano passado nos cinemas, sobre um grupo de pessoas que é trancado dentro de um prédio cheio de zumbis.
O que dizer sobre um filme que não tem razão de existir? Por que refizeram um filme recente que já era muito bom e comercial? Não é como o caso das fitas de terror japonês que na maioria das vezes eram produções B com cara de filme de arte. Eu tava torcendo pro filme ser realmente péssimo, porque assim pelo menos ele confirmaria a qualidade do primeiro praqueles que ainda não estavam convencidos. Mas pra piorar esse ainda é bem feitinho, os sustos são igualmente eficientes, não mudaram quase nada. Ainda cometeram o mesmo erro do original de colocar uma atriz fraca no papel central. Ou seja, nem de mau exemplo o filme serve! É completamente inútil.
INDICADO PARA: Ninguém, veja "[REC]" que foi o melhor terror do ano passado.
Quarantine (EUA, 2008, John Erick Dowdle)
NOTA: 6.0
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