No embalo da nova lei que reconhece a união gay, montei uma listinha com os melhores filmes de temática GLBT. Não tive que pensar muito, afinal não acho que há tantos filmes excelentes no gênero (que eu saiba)... Pras meninas então, há ainda menos (nenhum filme "lésbico" entrou no top 10, mas meus favoritos são
Amor por Direito (2015),
Eu, Minhas Mães e Meu Pai (2010),
Meninos Não Choram (1999) e o clássico
Infâmia (1961)). Bissexuais não são levados muito a sério no cinema - são geralmente pessoas confusas, enrustidas, ou mulheres hetero se fingindo de bi só pra atrair os homens. Há pelo menos 1 filme ótimo sobre um transexual:
Hedwig - Rock, Amor e Traição (2001) - e claro, não vamos esquecer da infame trilogia de John Waters tão comentada aqui:
Pink Flamingos (1972), Problemas Femininos (1974) e
Desperate Living (1977). Rocky Horror Picture Show (1975) de certa forma é sobre um travesti, mas como o personagem também é extraterrestre não sei se dá pra considerar (pra um estudo mais "aprofundado" do travestismo, assista
Glen ou Glenda? (1953), de Ed Wood, o pior diretor de todos os tempos).
Deixei alguns filmes que eu adoro fora da lista como
Cidade dos Sonhos (2001), Um Dia Muito Especial (1977), Os Sonhadores (2003) e
Longe do Paraíso (2002), pois apesar de abordarem a temática gay, esse não me pareceu ser o tema central dessas histórias. Vamos lá:
(sem ordem de preferência)
Direito de Amar (2009)
Dirigido pelo estilista Tom Ford, é o mais novo da lista e é um dos filmes mais elegantes que eu já vi. O drama se passa nos anos 60 e mostra a vida de um professor após a morte de seu namorado num acidente.
O Talentoso Ripley (1999)
Thriller brilhante de Anthony Minghella baseado no livro de Patricia Highsmith, que já tinha sido adaptado nos anos 60 em
O Sol por Testemunha com Alain Delon. É um dos retratos mais inesquecíveis e sinistros de uma paixão platônica.
Torch Song Trilogy (1988)
Baseado na peça vencedora do Tony, de Harvey Feirstein, que escreveu e estrelou tanto a produção da Broadway quanto o filme (alguns podem lembrar dele como
o cara excêntrico e rouco de
Independence Day). É um filme singular; um épico sobre a vida amorosa de um artista em Nova York durante os anos 80. Extremamente pessoal e reflexivo.
Querelle (1982) / O Direito do Mais Forte (1975)
Dois do prolífico e intenso cineasta alemão Rainer W. Fassbinder, que era gay assumido e morreu de overdose aos 37 anos de idade, deixando pra trás mais de 30 filmes escritos e dirigidos por ele, alguns considerados obras-primas.
Querelle é baseado na obra de Jean Genet e, se desse pra descrever em poucas palavras, imagine um sonho erótico com uma ópera sobre o Village People (!).
O Direito do Mais Forte é uma das histórias de amor mais pessimistas e amargas que eu já vi, uma declaração de ódio contra a humanidade, e ainda assim brilhante.
Milk - A Voz da Igualdade (2008)
Esse acho que todo mundo já viu. Um filme gay tradicional, com elenco, roteiro, produção, tudo de primeira. Conta a história real de Harvey Milk, ativista e político que foi assassinado na Califórnia enquanto lutava pelos direitos gays.
Filadélfia (1993)
Esse foi o primeiro filme "mainstream" que eu vi sobre um homossexual. Faz tempo que não assisto mas estou apostando que ele continua tão bom quanto achei na época. Tom Hanks levou o Oscar (se não me engano foi o primeiro pra um ator num personagem assumidamente gay). Acima de tudo, é um ótimo filme de tribunal.
De Repente, No Último Verão (1959) / Gata em Teto de Zinco Quente (1958)
Dois clássicos baseados em peças do premiado dramaturgo americano Tennessee Williams. Dramas de família intensos, ambos estrelados por Elizabeth Taylor, com diálogos violentos, inteligentes, e nos dois casos a temática gay é revelada com sutileza, até por causa da censura da época, mas é a chave de todo o conflito.
Shortbus (2006)
O filme mais sexualmente chocante que já vi numa sala de cinema. Comédia dramática de John Cameron-Mitchell (de Hedwig), extremamente criativo, original, pornográfico e hilário, conta a história de vários personagens em crise emocional que se encontram numa casa underground em Nova York.
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor (2005)
Filme canadense (falado em francês) sobre um adolescente descobrindo sua sexualidade enquanto cresce numa família conservadora em Quebec nos anos 60/70. Acima de tudo é um retrato de família dos mais sensíveis que já vi, e descreve melhor do que qualquer outro filme o processo psicológico de uma criança que já sabe desde cedo não é exatamente aquilo que a família espera.
O Segredo de Brokeback Mountain (2005)
Pra mim continua sendo um marco no cinema e na nossa cultura. O que mais me impressiona é a capacidade do filme de tornar a questão deles serem homens quase irrelevante - o romance é contado em termos essenciais, registrando
personalidades na tela - duas almas distintas, de forma tão habilidosa que qualquer adulto assistindo o filme é capaz de se identificar com a história, independentemente de sua orientação. Ennis é um dos personagens mais perturbadores que eu já vi. Alguém tão atormentado por medos, conflitos, traumas, que se torna incapaz de perseguir sua felicidade ou mesmo de saber onde ela está ou mesmo se existe. A dor do final do filme é muito maior que a dor do fim de um relacionamento ou da perda de alguém - é a sensação trágica de não ter vivido a própria vida; de ter traído a própria consciência; desperdiçado o maior valor que já teve, derrotado pelo medo, pela confusão, pela falta de auto-conhecimento, de auto-estima e de estrutura psicológica.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)
Meu atual filme brasileiro favorito. Simples em produção, porém um acerto completo em termos de roteiro, elenco, direção, contando uma história tocante de amor entre 2 garotos de forma bastante universal.
OUTROS ÓTIMOS FILMES DE TEMÁTICA LGBT:
- Juventude Transviada (1955)
- O Criado (1963)
- Morte em Veneza (1971)
- Um Dia Muito Especial (1977)
- Victor ou Victória? (1982)
- O Beijo da Mulher Aranha (1985)
- Banquete de Casamento (1993)
- Três Formas de Amar (1994)
- O Outro Lado de Hollywood (1995)
- Será que Ele É? (1997)
- Procura-se Amy (1997)
- Saindo do Armário (1998)
- Meninos Não Choram (1999)
PÓS ANO 2000:
- Plata Quemada (2000)
- Tempo de Recomeçar (2001)
- Hedwig - Rock, Amor e Traição (2001)
- E Sua Mãe Também (2001)
- Kinsey - Vamos Falar de Sexo (2004)
- Mistérios da Carne (2004)
- De-Lovely - Vidas e Amores de Cole Porter (2004)
- Verdade Nua (2005)
- De Repente, Califórnia (2007)
- Canções de Amor (2007)
- Orações para Bobby (2009)
- Amor por Direito (2015)
- A Garota Dinamarquesa (2015)
- San Junipero ("Black Mirror", 3ª Temporada, Episódio 4, 2016)
- Com Amor, Simon (2018)
Uma dica excelente também são os curta-metragens do diretor Branden Blinn que podem ser vistos diretamente no
site oficial dele (e pelo menos o curta
Treze Minutos ou Perto Disso tem no YouTube legendado).
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