O filme começa muito bem, mas após a morte da menina o roteiro vai enfraquecendo e perde o rumo. Não vira um suspense de investigação, não vira um drama sobre a perda, não vira uma fantasia do tipo Amor Além da Vida. E tudo isso misturado de uma maneira bagunçada. Em Ghost, depois que Patrick Swayze morre, a história continua - aparece a médium, Sam é treinado por um outro fantasma pra aprender a se comunicar com os vivos, depois ele tem que salvar a namorada, etc. Essa narrativa não existe aqui, a platéia fica meio que num limbo junto com a garota.
Apesar disso tudo achei o filme fascinante e não vi o tempo passar. Jackson tem uma habilidade rara de criar atmosfera. Ele dirige de um jeito que te suga pra tela e faz você viver cada momento, cada detalhe (repare na cena em que a irmã de Susie recoloca a tábua solta no piso do quarto do assassino - é esse tipo de exagero de direção que faz uma cena ganhar vida). Sempre meço um filme por seus picos. Tem muitos filmes com menos falhas que este, mas que não conseguem criar um único momento de magia. Este, se torna memorável por estes momentos, como por exemplo a cena do colégio onde Salmon tem seu quase primeiro beijo, que poderia ter sido uma cena esquecível e clichê se dirigida de forma mais realista, mas por conta dos toques de Jackson, se torna um momento dramático que faz o espectador sentir como deve ter sido a experiência subjetiva da garota.
Indicado a 1 Oscar: Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Tucci)
The Lovely Bones (EUA/ING/NZ, 2009, Peter Jackson)
INDICADO PARA: Quem gostou de Amor Além da Vida, filmes do Shyamalan.
NOTA: 7.0