- Direção de atores um pouco estranha no começo. Ninguém parece muito natural ou à vontade.
- O filme não vai ter uma história? Vai ser só um registro passivo da vida da família? Me parece uma oportunidade perdida! Mas pelo menos o filme é sobre crianças fofas e se passa num universo relativamente agradável (geralmente filmes desse tipo se passam em ambientes horríveis, são sobre pessoas imorais, etc).
- O que torna o filme interessante é mais a sacada de tê-lo filmado ao longo de 12 anos - de podermos ver a transformação física dos atores. Se fosse um filme convencional onde os atores vão sendo trocados, não haveria muito motivo pra querer acompanhar essa história.
- O filme tem a proposta de registrar a vida de um garoto por 12 anos, mas o registro é um tanto externo. Nós ficamos sabendo apenas sobre fatos de sua vida ("divórcio dos pais", "mudança de casa", etc), mas nada mais profundo - nada sobre a alma dele, sobre o desenvolvimento do seu caráter, sobre as consequências desses fatos em sua vida. Psicologicamente, acho que seria mais interessante um documentário sobre a produção desse filme do que o filme em si.
- Há foco demais no aspecto desagradável e entediante da rotina: brigas dos pais, conflitos com os padrastos, Mason levando bronca do chefe, mãe mandando ele lavar a louça, etc. Em termos de "senso de vida", o que o filme projeta é que a vida é uma chatice cheia de obrigações e deveres. Quando Mason quer tomar Coca-Cola no restaurante, a mãe nega e diz pra ele tomar água. Quando a garota está cantarolando High School Musical na cozinha, a mãe manda ela parar e ajudar a preparar o jantar. O filme é inteiro feito de detalhes desse tipo. Chatice não indica necessariamente maturidade, profundidade ou mesmo realismo, é preciso saber distinguir as coisas.
- Apesar de tudo, é difícil não criar um sentimento de carinho pelo garoto depois de acompanhá-lo por tanto tempo. No meio do filme ele já parece um parente nosso... O fato dele se tornar um jovem bonito, aparentemente saudável, inteligente, doce, acaba dando um tom positivo e esperançoso pra história (o que pode ser totalmente acidental, pois o filme tem cara de ter sido bastante improvisado e de ter documentado a evolução real do ator - ou seja, se Ellar Coltrane tivesse se tornado um delinquente ou um ignorante na vida real, será que o filme teria tido um tom deprimente ao invés?). Acidental ou não, isso no fundo é o que salva o filme.
CONCLUSÃO: Acompanhar o desenvolvimento de Ellar Coltrane é uma experiência memorável, tocante, mas se não fosse por esse artifício, o filme não teria grande interesse.
(Boyhood / EUA / 2014 / Richard Linklater)
FILMES PARECIDOS: Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol, Antes da Meia-Noite, A Lula e a Baleia, The Up Series.
NOTA: 7.5
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Drácula: A História Nunca Contada
- Assustadora a criatura na caverna! Não esperava (achava que o filme seria mais "realista").
- História contada com clareza / conflitos convincentes (Vlad se recusar a entregar o próprio filho / isso provocar uma guerra / ele ir procurar o vampiro como única forma de se defender).
- Essa figura do vampiro é bem sinistra! O ator é bom e a maquiagem / efeitos também.
- Bem feita a cena em que Vlad acorda vampiro pela primeira vez e percebe seus sentidos aguçados! O filme faz um "twist" interessante na história do Drácula (a ideia dele ter que resistir ao sangue humano por 3 dias é uma boa estratégia do roteiro pra manter a gente interessado até o fim).
- Um pouco forçado ele conseguir se transformar em um monte de morcegos! Por mais que a história seja uma fantasia, isso não tem muita lógica.
- SPOILER: Boa a cena em que ele luta sozinho contra o exército inteiro - e ganha! Costumo reclamar dessas cenas onde 1 pessoa luta contra várias, por não serem realistas, mas nesse caso faz sentido (foi estabelecido antes que ele teria a força de 100 homens, que seus ferimentos cicatrizariam rapidamente, etc).
- 1 coisa que me impede de curtir totalmente histórias de vampiros (quando eles são retratados como heróis) é que o preço que eles têm que pagar pelos poderes é muito alto. Eles não podem sair no sol, têm que matar pessoas pra se alimentar, vivem eternamente - é uma existência desagradável demais pra eu querer ser como eles.
- Bom esse ator que faz o Drácula (Luke Evans), não me lembrava dele de outros filmes. Passa força e simpatia na dose certa.
- SPOILER: Inesperado a mulher morrer!! Reviravolta interessante do roteiro (e ainda não estamos perto do fim).
- SPOILER: Confronto com o vilão no final na cabana cheia de prata é bem feito. Outro exemplo de "regras bem estabelecidas" (assim como a cena em que Vlad derrota o exército inteiro sozinho). A gente sabe quais são as forças e as fraquezas do herói, e isso permite a gente acompanhar a ação com interesse (parece algo óbvio mas quase todo filme comete esse erro hoje em dia).
- SPOILER: Final dramático (a separação dele e do filho). Mas faz sentido, não soa gratuito.
- Não entendi o que o Vampiro Mestre vai fazer na última cena!
CONCLUSÃO: Entretenimento honesto, sem grandes ideias ou inovações, mas bem intencionado.
Dracula Untold / EUA, Japão / 2014 / Gary Shore
FILMES PARECIDOS: Hércules (2014), Branca de Neve e o Caçador, série Anjos da Noite.
NOTA: 6.5
- História contada com clareza / conflitos convincentes (Vlad se recusar a entregar o próprio filho / isso provocar uma guerra / ele ir procurar o vampiro como única forma de se defender).
- Essa figura do vampiro é bem sinistra! O ator é bom e a maquiagem / efeitos também.
- Bem feita a cena em que Vlad acorda vampiro pela primeira vez e percebe seus sentidos aguçados! O filme faz um "twist" interessante na história do Drácula (a ideia dele ter que resistir ao sangue humano por 3 dias é uma boa estratégia do roteiro pra manter a gente interessado até o fim).
- Um pouco forçado ele conseguir se transformar em um monte de morcegos! Por mais que a história seja uma fantasia, isso não tem muita lógica.
- SPOILER: Boa a cena em que ele luta sozinho contra o exército inteiro - e ganha! Costumo reclamar dessas cenas onde 1 pessoa luta contra várias, por não serem realistas, mas nesse caso faz sentido (foi estabelecido antes que ele teria a força de 100 homens, que seus ferimentos cicatrizariam rapidamente, etc).
- 1 coisa que me impede de curtir totalmente histórias de vampiros (quando eles são retratados como heróis) é que o preço que eles têm que pagar pelos poderes é muito alto. Eles não podem sair no sol, têm que matar pessoas pra se alimentar, vivem eternamente - é uma existência desagradável demais pra eu querer ser como eles.
- Bom esse ator que faz o Drácula (Luke Evans), não me lembrava dele de outros filmes. Passa força e simpatia na dose certa.
- SPOILER: Inesperado a mulher morrer!! Reviravolta interessante do roteiro (e ainda não estamos perto do fim).
- SPOILER: Confronto com o vilão no final na cabana cheia de prata é bem feito. Outro exemplo de "regras bem estabelecidas" (assim como a cena em que Vlad derrota o exército inteiro sozinho). A gente sabe quais são as forças e as fraquezas do herói, e isso permite a gente acompanhar a ação com interesse (parece algo óbvio mas quase todo filme comete esse erro hoje em dia).
- SPOILER: Final dramático (a separação dele e do filho). Mas faz sentido, não soa gratuito.
- Não entendi o que o Vampiro Mestre vai fazer na última cena!
CONCLUSÃO: Entretenimento honesto, sem grandes ideias ou inovações, mas bem intencionado.
Dracula Untold / EUA, Japão / 2014 / Gary Shore
FILMES PARECIDOS: Hércules (2014), Branca de Neve e o Caçador, série Anjos da Noite.
NOTA: 6.5
domingo, 26 de outubro de 2014
Relatos Selvagens
- Sensacional a cena de abertura no avião!! Um dos melhores começos de comédia que me lembro. / Brilhante como a situação vai sendo revelada. / O final da sequência com os velhinhos no quintal é a cereja do bolo!!
- Humor negro incrível na cena do restaurante. Hilária a cozinheira querendo envenenar o cliente. Mas o que isso tem a ver com o resto? Será que o filme vai ser apenas uma coleção de curtas?
- Amo que eles tem o "Love Theme from Flashdance" na trilha sonora! Direção do filme é ótima, e a fotografia também. / Adoro a edição sincronizada com a música enquanto o carro viaja pela estrada. / Hilária a situação do carro quebrado e o suspense pela chegada do outro motorista - todas as histórias até agora foram excelentes. / Chocado com a violência dos personagens!! Gosto que o filme vai sempre até o extremo de cada situação. / Me incomoda um pouco amoralidade do filme. Na minha opinião, apesar do protagonista estar errado em ofender o outro motorista, este outro está 20 vezes mais errado por querer agredi-lo fisicamente. Mas a atitude do filme é como se os 2 fossem igualmente "selvagens". O filme só se safa porque ele usa humor e não tem a pretensão de passar julgamento moral... A intenção é mais a de divertir a plateia com histórias surpreendentes e irônicas.
- Muito boa a esposa do Ricardo Darín explicando por que ele se atrasou pro aniversário da filha. Ótima psicóloga. / Curta incrivelmente bem escrito: toda a situação do guincho, o diálogo dele com o funcionário através do vidro, o plano de "vingança", e o final perfeito no aniversário dele e a reconciliação com a filha e a mulher. Palmas para o roteirista!!
- Atropelamento da grávida: o filme sempre consegue inventar situações extremamente complicadas, extremas e ao mesmo tempo realistas, possíveis. Não perde a atenção da plateia em 1 minuto sequer. / Ilustração brilhante do comportamento podre das pessoas quando o assunto é dinheiro. Acho que desde Dogville não vejo um retrato tão genial da irracionalidade humana.
- Incrível como casamento visto de longe parece tudo igual! Muito bem dirigida a sequência da festa - o noivo cumprimentando a avó, os amigos festejando, etc. Parece um casamento de verdade! / Desenvolvimento da história muito bom: a desconfiança inicial da noiva, a revelação durante a dança, os conselhos do cozinheiro no topo do prédio, etc. Mais uma vez o filme pega uma situação comum e transforma aos poucos num completo pesadelo, cheio de surpresas, e com um final irônico.
CONCLUSÃO: Coleção genial de curtas sobre violência e vingança. Qualquer um dos 6 estaria entre os melhores que já vi.
(Relatos Salvajes / Argentina, Espanha / 2014 / Damián Szifrón)
FILMES PARECIDOS: A Pele que Habito, Fale com Ela, Dogville, Magnólia, Um Dia de Fúria.
NOTA: 9.0
- Humor negro incrível na cena do restaurante. Hilária a cozinheira querendo envenenar o cliente. Mas o que isso tem a ver com o resto? Será que o filme vai ser apenas uma coleção de curtas?
- Amo que eles tem o "Love Theme from Flashdance" na trilha sonora! Direção do filme é ótima, e a fotografia também. / Adoro a edição sincronizada com a música enquanto o carro viaja pela estrada. / Hilária a situação do carro quebrado e o suspense pela chegada do outro motorista - todas as histórias até agora foram excelentes. / Chocado com a violência dos personagens!! Gosto que o filme vai sempre até o extremo de cada situação. / Me incomoda um pouco amoralidade do filme. Na minha opinião, apesar do protagonista estar errado em ofender o outro motorista, este outro está 20 vezes mais errado por querer agredi-lo fisicamente. Mas a atitude do filme é como se os 2 fossem igualmente "selvagens". O filme só se safa porque ele usa humor e não tem a pretensão de passar julgamento moral... A intenção é mais a de divertir a plateia com histórias surpreendentes e irônicas.
- Muito boa a esposa do Ricardo Darín explicando por que ele se atrasou pro aniversário da filha. Ótima psicóloga. / Curta incrivelmente bem escrito: toda a situação do guincho, o diálogo dele com o funcionário através do vidro, o plano de "vingança", e o final perfeito no aniversário dele e a reconciliação com a filha e a mulher. Palmas para o roteirista!!
- Atropelamento da grávida: o filme sempre consegue inventar situações extremamente complicadas, extremas e ao mesmo tempo realistas, possíveis. Não perde a atenção da plateia em 1 minuto sequer. / Ilustração brilhante do comportamento podre das pessoas quando o assunto é dinheiro. Acho que desde Dogville não vejo um retrato tão genial da irracionalidade humana.
- Incrível como casamento visto de longe parece tudo igual! Muito bem dirigida a sequência da festa - o noivo cumprimentando a avó, os amigos festejando, etc. Parece um casamento de verdade! / Desenvolvimento da história muito bom: a desconfiança inicial da noiva, a revelação durante a dança, os conselhos do cozinheiro no topo do prédio, etc. Mais uma vez o filme pega uma situação comum e transforma aos poucos num completo pesadelo, cheio de surpresas, e com um final irônico.
CONCLUSÃO: Coleção genial de curtas sobre violência e vingança. Qualquer um dos 6 estaria entre os melhores que já vi.
(Relatos Salvajes / Argentina, Espanha / 2014 / Damián Szifrón)
FILMES PARECIDOS: A Pele que Habito, Fale com Ela, Dogville, Magnólia, Um Dia de Fúria.
NOTA: 9.0
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Festa no Céu
- Filme se passa em um universo pouco atraente e a aparência dos personagens é horrível (se eu fosse criança eu não iria querer brincar com esses bonecos). O conceito da animação já é confuso - eles não são figuras humanas estilizadas através de animação. Eles são BONECOS de figuras humanas estilizados através de animação! Como se fosse um Toy Story.. mas a história não é sobre brinquedos!
- La Muerte supostamente é uma mulher bondosa e positiva enquanto Xibalta representa tudo o que é negativo: mas na prática os dois são muito parecidos! Não vejo diferença de personalidade.
- Humor fraco e pouco imaginativo. Baseado em clichês do gênero.
- Filme não cria um romance envolvente entre Manolo e Maria. Personagens e relações são muito superficiais - a gente não torce por ninguém. Nem a rivalidade entre os amigos é muito bem explorada - Joaquín é apenas menos simpático que Manolo, mas não há um grande conflito de valores.
- O herói canta "Creep" do Radiohead pra mocinha?!?! Desde quando ele é um "esquisito", uma "aberração"? E o que isso tem a ver com o universo do filme, com o México? É apenas um toque malevolente pra tornar o filme "cool" pra plateias alternativas (aliás, todo o desenho faz apologia ao senso de vida malevolente com suas caveiras, temas sobre morte, etc).
- Regras mal explicadas: será que é possível morrer dentro da morte?
- SPOILER: Forçado (e frustrante) Manolo ganhar a tourada cantando para o touro em vez de lutando! Não é uma vitória empolgante, parece uma saída preguiçosa do roteirista. É frustrante também o exército de mortos surgir na última hora e ajudá-lo a vencer o vilão. Filmes de "herói envergonhado" são sempre assim: eles nunca fazem nada de interessante, estão sempre sendo salvos por milagres, ações mal explicadas, etc.
- SPOILER: Final terrível: a moral é que você não deve ser individualista, que auto-sacrifício é uma grande virtude, e pra piorar, La Muerte (o bem) e Xibalta (o mal) se beijam apaixonadamente indicando que são 1 só! Pobres crianças.
CONCLUSÃO: Animação pouco atraente, pouco divertida, sem personagens gostáveis e com valores discutíveis.
(The Book of Life / EUA / 2014 / Jorge R. Gutierrez)
FILMES PARECIDOS: Rango / Coraline e o Mundo Secreto / 9 - A Salvação / A Noiva Cadáver
NOTA: 4.0
- La Muerte supostamente é uma mulher bondosa e positiva enquanto Xibalta representa tudo o que é negativo: mas na prática os dois são muito parecidos! Não vejo diferença de personalidade.
- Humor fraco e pouco imaginativo. Baseado em clichês do gênero.
- Filme não cria um romance envolvente entre Manolo e Maria. Personagens e relações são muito superficiais - a gente não torce por ninguém. Nem a rivalidade entre os amigos é muito bem explorada - Joaquín é apenas menos simpático que Manolo, mas não há um grande conflito de valores.
- O herói canta "Creep" do Radiohead pra mocinha?!?! Desde quando ele é um "esquisito", uma "aberração"? E o que isso tem a ver com o universo do filme, com o México? É apenas um toque malevolente pra tornar o filme "cool" pra plateias alternativas (aliás, todo o desenho faz apologia ao senso de vida malevolente com suas caveiras, temas sobre morte, etc).
- Regras mal explicadas: será que é possível morrer dentro da morte?
- SPOILER: Forçado (e frustrante) Manolo ganhar a tourada cantando para o touro em vez de lutando! Não é uma vitória empolgante, parece uma saída preguiçosa do roteirista. É frustrante também o exército de mortos surgir na última hora e ajudá-lo a vencer o vilão. Filmes de "herói envergonhado" são sempre assim: eles nunca fazem nada de interessante, estão sempre sendo salvos por milagres, ações mal explicadas, etc.
- SPOILER: Final terrível: a moral é que você não deve ser individualista, que auto-sacrifício é uma grande virtude, e pra piorar, La Muerte (o bem) e Xibalta (o mal) se beijam apaixonadamente indicando que são 1 só! Pobres crianças.
CONCLUSÃO: Animação pouco atraente, pouco divertida, sem personagens gostáveis e com valores discutíveis.
(The Book of Life / EUA / 2014 / Jorge R. Gutierrez)
FILMES PARECIDOS: Rango / Coraline e o Mundo Secreto / 9 - A Salvação / A Noiva Cadáver
NOTA: 4.0
O Juiz
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão.)
ANOTAÇÕES:
- Produção bonita. Fotografia muito boa do Janusz Kaminski, trilha boa do Thomas Newman - toda a parte técnica do filme é de qualidade. A cidade em que se passa o filme é linda.
- Filme constrói relações positivas entre todos os personagens, o que cria uma atmosfera agradável. Mesmo a rivalidade entre o Downey Jr. e o pai é de certa forma divertida.
- SPOILER: Situação curiosa a do atropelamento. É um pouco forçado o fato do Robert Duvall ser juiz, dele ter problemas pessoais com o cara que atropelou, do filho com o qual ele não fala ser a única pessoa que pode defendê-lo... Ainda assim, simpatizo com a atitude do filme de querer criar conflitos, intensificar a trama, etc. E é boa a ideia do juiz não querer revelar sua doença, pois isso poderia comprometer os julgamentos que passou nos últimos meses, etc.
- No fundo o filme é sobre pai e filho se reaproximando, e ele é bem sucedido em fazer a gente simpatizar com os 2. Robert Duvall está excelente.
- Terrível a cena do Robert Duvall passando mal no banheiro! O curioso é que até uma cena como essa (que está entre as mais desagradáveis imagináveis) o filme consegue tratar com leveza e não deixar o clima deprimente (compare com o filme Amor, por exemplo). É o "senso de vida" do filme falando... Quando as pessoas têm uma visão de mundo positiva, nem a doença nem a morte parecem totalmente trágicas. Quando elas não têm, mesmo a saúde e a diversão parecem deprimentes.
- Boa a cena da defesa do Downey Jr. no tribunal, onde ele fala da tartaruga e das marcas de pneu na pista.
- Trama da ex-namorada e da filha (que pode ou não ser filha do Downey Jr.) parece um pouco desnecessária e desconectada da história principal.
- SPOILER: Bonita a cena dos dois pescando no final, e a reconciliação que estávamos aguardando. Apesar do pai ir preso e no fim morrer, ainda há a sensação de um final feliz.
- Um pouco arrastado o final do filme. Tudo podia ter uns 20 minutos a menos.
CONCLUSÃO: Filme tradicional, sem grandes surpresas ou novidades, mas bem feito, com personagens carismáticos e performances ótimas de Robert Downey Jr. e Robert Duvall.
(The Judge / EUA / 2014 / David Dobkin)
FILMES PARECIDOS: Álbum de Família, Jovens Adultos, Divinos Segredos.
NOTA: 7.5
sábado, 11 de outubro de 2014
Trash: A Esperança Vem do Lixo
- Intrigante o começo: a carteira indo parar no lixão, etc. Premissa interessante, faz a gente querer saber o que há de importante lá dentro.
- SPOILER: Divertido os meninos tentando decifrar os códigos da Bíblia passo a passo (e a ideia de serem nomes de animais em inglês - e os meninos conhecerem os nomes por causa das aulas de inglês com a Rooney Mara, etc).
- Atores são bons e carismáticos (inclusive as crianças). O fato do diretor ser estrangeiro (dirigindo atores em outra língua) torna o mérito ainda maior.
- Retrato impressionante do lixão e da miséria. O filme só não é deprimente porque os personagens são gostáveis, os relacionamentos são positivos, a produção é bonita, há bastante humor, etc.
- Selton Mello está ótimo como vilão. Revoltante a forma como eles "espancam" o Rafael no banco de trás do carro.
- SPOILER: Me parece forçado essas crianças ficarem em silêncio em relação à carteira, mesmo com uma recompensa sendo oferecida. Elas não teriam como ter princípios tão sólidos assim, nem noção de como funciona o esquema de corrupção, etc. Teria que haver uma motivação mais convincente pra eles preferirem ser torturados a entregarem a carteira.
- Filme parece ter preconceito contra os ricos e qualquer um que tenha certo status ou poder: a patroa da casa que os meninos invadem, os policiais, os políticos - todos são maus. A mensagem acaba sendo: apenas os pobres são inocentes e têm caráter (ou aqueles que servem diretamente os pobres, como o Martin Sheen e a Rooney Mara).
- Carta do Wagner Moura para o tio: muito vagas as ideias políticas do filme. Ele está lutando apenas contra a corrupção? Ou há uma propaganda socialista por trás do filme?
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- SPOILER: Um pouco forçado o Selton Mello encontrar o quarto em que os meninos decifraram o código, etc.
- SPOILER: Faz sentido a filha do Wagner Moura estar esperando o pai no cemitério??? Mal explicada essa parte da história. Parece que os roteiristas só inventaram isso porque acharam legal ter uma cena de "fantasma".
- SPOILER: Chuva de dinheiro: um dos tipos de cena que eu mais odeio em filmes! A ideia é passar a ideia de final feliz, de abundância, mas acho que só alguém que não valoriza dinheiro faria uma cena dessas (imagine as centenas de notas que serão perdidas!).
CONCLUSÃO: Produção bem feita com atores carismáticos, trama interessante, embora a mensagem política seja vaga e questionável.
(Trash / Reino Unido / 2014 / Stephen Daldry)
FILMES PARECIDOS: O Mordomo da Casa Branca / Quem Quer Ser um Milionário? / Última Parada 174
Annabelle
- Diferente o elenco e a direção de atores. Eles não parecem muito talentosos, mas ao mesmo tempo há uma naturalidade na direção que acaba tornando as performances interessantes. A mulher particularmente é muito bonita e tem certa personalidade.
- Assim como Invocação do Mal, é um terror mais "classudo" que a média, com uma boa fotografia (o fato de se passar no passado também traz certa elegância pra produção).
- SPOILER: Ótima a cena da morte do vizinho! Chocado com a facada na barriga!! Realmente não esperava!
- Acho sempre um pouco ingênuos esses filmes onde espíritos se expressam através de eletrodomésticos, interferências na TV, luzes piscando, etc.
- Outra cena boa: ela espetando o dedo na máquina de costura + a edição com a pipoca estourando no fogão. Tensão bem construída.
- O fato dela estar grávida torna tudo mais tenso. Uma agressão contra ela tem 3X o impacto do que teria uma agressão contra uma personagem não-grávida.
- SPOILER: Ótima a cena em que a menininha fantasma atravessa a porta e vira adulta!! Sustos do filme são ótimos, mesmo sem ser o James Wan dirigindo.
- SPOILER: Sensacional a cena do carrinho de bebê e o diabo aparecendo pela primeira vez na penumbra. Uma das criaturas mais sinistras que já vi em filmes de terror.
- Atriz que faz a dona da livraria é muito boa. Dá um pouco de medo dela no começo, mas depois vai ganhando nossa confiança.
- SPOILER: Por mim a boneca podia andar, falar, fazer caretas, tipo o Chucky. Seria mais divertido.
- SPOILER: Clímax tenso, embora um pouquinho forçado (será que a amiga pularia da janela pra salvar alguém que conhece há pouco tempo?).
CONCLUSÃO: Terror divertido, bem dirigido, cheio de sustos e cenas arrepiantes.
(Annabelle / EUA / 2014 / John R. Leonetti)
FILMES PARECIDOS: Invocação do Mal, Sobrenatural 1 e 2.
NOTA: 7.0
- Assim como Invocação do Mal, é um terror mais "classudo" que a média, com uma boa fotografia (o fato de se passar no passado também traz certa elegância pra produção).
- SPOILER: Ótima a cena da morte do vizinho! Chocado com a facada na barriga!! Realmente não esperava!
- Acho sempre um pouco ingênuos esses filmes onde espíritos se expressam através de eletrodomésticos, interferências na TV, luzes piscando, etc.
- Outra cena boa: ela espetando o dedo na máquina de costura + a edição com a pipoca estourando no fogão. Tensão bem construída.
- O fato dela estar grávida torna tudo mais tenso. Uma agressão contra ela tem 3X o impacto do que teria uma agressão contra uma personagem não-grávida.
- SPOILER: Ótima a cena em que a menininha fantasma atravessa a porta e vira adulta!! Sustos do filme são ótimos, mesmo sem ser o James Wan dirigindo.
- SPOILER: Sensacional a cena do carrinho de bebê e o diabo aparecendo pela primeira vez na penumbra. Uma das criaturas mais sinistras que já vi em filmes de terror.
- Atriz que faz a dona da livraria é muito boa. Dá um pouco de medo dela no começo, mas depois vai ganhando nossa confiança.
- SPOILER: Por mim a boneca podia andar, falar, fazer caretas, tipo o Chucky. Seria mais divertido.
- SPOILER: Clímax tenso, embora um pouquinho forçado (será que a amiga pularia da janela pra salvar alguém que conhece há pouco tempo?).
CONCLUSÃO: Terror divertido, bem dirigido, cheio de sustos e cenas arrepiantes.
(Annabelle / EUA / 2014 / John R. Leonetti)
FILMES PARECIDOS: Invocação do Mal, Sobrenatural 1 e 2.
NOTA: 7.0
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Sin City: A Dama Fatal
- Prólogo já é bem desagradável, uma desculpa pra mostrar violência. O protagonista (Mickey Rourke) é fracassado, violento, fisicamente grotesco, criminoso, e o filme mostra tudo de forma mais ou menos positiva, como se ele fosse uma espécie de Batman barra pesada. O filme parece uma celebração visual de tudo o que é sombrio, violento, desagradável.
- Cena do pôquer com o Joseph Gordon-Levitt: não há muito suspense pois aparentemente ele tem poderes sobrenaturais e sempre ganha todas as partidas.
- Personagens são muito caricatos e artificiais. A narração é forçada, pretensiosa, querendo se passar por literatura de qualidade. O foco do filme está mais em recriar esse estilo "noir", não em te envolver na história, nos personagens, provocar emoções verdadeiras... Só que os film-noir antigos funcionavam porque eles tinham histórias boas, bons personagens, diálogos com profundidade, etc. Não eram apenas estilo.
- Pelo menos o vilão (Roark) é detestável e faz a gente torcer pra ele morrer (não que isso seja uma motivação suficiente pra se querer ver um filme).
- O filme abandona a história do Joseph Gordon-Levitt pra focar em outra trama (na do Josh Brolin)? Vai voltar depois?! Quem é o protagonista do filme? O vilão parece ser o que interliga as histórias, e não os mocinhos (o que não é de surpreender, considerando que todo o foco do filme é no negativo).
- O filme não consegue criar uma narrativa bem estruturada, envolvente. É tudo meio desconectado, como se fosse uma série de TV com vários núcleos diferentes, e o filme fosse saltando de uma pra outra.
- Curioso: a Jessica Alba desfigura o próprio rosto no filme, Eva Green tem o rosto inteiro machucado, Josh Brolin também, Joseph também, Mickey Rourke já tem o rosto deformado... Quase todos os personagens "bons" são torturados, desfigurados ou acabam mortos pelos vilões.
CONCLUSÃO: Exercício em estilo pouco divertido, feito pra glamourizar o que é violento e desagradável. Só chama atenção pelo visual marcante.
(Sin City: A Dame to Kill For / EUA / 2014 / Frank Miller, Robert Rodriguez)
FILMES PARECIDOS: 300: A Ascensão do Império / Machete / Bastardos Inglórios / Hellboy / Capitão Sky e o Mundo de Amanhã
NOTA: 3.5
- Cena do pôquer com o Joseph Gordon-Levitt: não há muito suspense pois aparentemente ele tem poderes sobrenaturais e sempre ganha todas as partidas.
- Personagens são muito caricatos e artificiais. A narração é forçada, pretensiosa, querendo se passar por literatura de qualidade. O foco do filme está mais em recriar esse estilo "noir", não em te envolver na história, nos personagens, provocar emoções verdadeiras... Só que os film-noir antigos funcionavam porque eles tinham histórias boas, bons personagens, diálogos com profundidade, etc. Não eram apenas estilo.
- Pelo menos o vilão (Roark) é detestável e faz a gente torcer pra ele morrer (não que isso seja uma motivação suficiente pra se querer ver um filme).
- O filme abandona a história do Joseph Gordon-Levitt pra focar em outra trama (na do Josh Brolin)? Vai voltar depois?! Quem é o protagonista do filme? O vilão parece ser o que interliga as histórias, e não os mocinhos (o que não é de surpreender, considerando que todo o foco do filme é no negativo).
- O filme não consegue criar uma narrativa bem estruturada, envolvente. É tudo meio desconectado, como se fosse uma série de TV com vários núcleos diferentes, e o filme fosse saltando de uma pra outra.
- Curioso: a Jessica Alba desfigura o próprio rosto no filme, Eva Green tem o rosto inteiro machucado, Josh Brolin também, Joseph também, Mickey Rourke já tem o rosto deformado... Quase todos os personagens "bons" são torturados, desfigurados ou acabam mortos pelos vilões.
CONCLUSÃO: Exercício em estilo pouco divertido, feito pra glamourizar o que é violento e desagradável. Só chama atenção pelo visual marcante.
(Sin City: A Dame to Kill For / EUA / 2014 / Frank Miller, Robert Rodriguez)
FILMES PARECIDOS: 300: A Ascensão do Império / Machete / Bastardos Inglórios / Hellboy / Capitão Sky e o Mundo de Amanhã
NOTA: 3.5
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Livrai-nos do Mal
- Interessante o começo no Iraque e as imagens de aranhas, cobras, morcegos, etc.
- Gosto do Eric Bana nesse papel! Hollywood devia aproveitá-lo melhor como protagonista.
- Muito legal a cena à noite no zoológico e todo o clima de terror. O que os animais têm a ver com tudo?? A história é intrigante.
- Adoro que o filme tem humor! Os filmes de terror hoje em dia costumam ter um tom sério e dramático que eu não acho tão interessante pro gênero (como O Ritual com o Anthony Hopkins, por exemplo).
- Filme tem umas imagens originais e marcantes (o cadáver cheio de moscas, o gato crucificado, etc).
- Cenas de suspense são bem filmadas e os sustos funcionam!
- SPOILER: Cena do exorcismo no fim é intensa mas não é muito interessante, talvez porque a trama do filme é confusa e eu não sei direito o que esse exorcismo resolveria, nem pra trama, nem emocionalmente pro espectador (é diferente de um filme como O Exorcista, onde o exorcismo dá um senso de conclusão pra história e resolve o conflito principal, trazendo a filha de volta pra mãe, etc).
- SPOILER: O que tem a ver a música do The Doors?? E as pessoas arranhando o chão? E as vozes de criança que o Eric Bana ouve? E os animais?
CONCLUSÃO: Filme assusta, diverte, mas a trama extremamente bagunçada deixa perguntas demais na cabeça do espectador.
(Deliver Us from Evil / EUA / 2014 / Scott Derrickson)
FILMES PARECIDOS: Invocação do Mal, O Último Exorcismo, A Entidade.
NOTA: 6.5
- Gosto do Eric Bana nesse papel! Hollywood devia aproveitá-lo melhor como protagonista.
- Muito legal a cena à noite no zoológico e todo o clima de terror. O que os animais têm a ver com tudo?? A história é intrigante.
- Adoro que o filme tem humor! Os filmes de terror hoje em dia costumam ter um tom sério e dramático que eu não acho tão interessante pro gênero (como O Ritual com o Anthony Hopkins, por exemplo).
- Filme tem umas imagens originais e marcantes (o cadáver cheio de moscas, o gato crucificado, etc).
- Cenas de suspense são bem filmadas e os sustos funcionam!
- SPOILER: Cena do exorcismo no fim é intensa mas não é muito interessante, talvez porque a trama do filme é confusa e eu não sei direito o que esse exorcismo resolveria, nem pra trama, nem emocionalmente pro espectador (é diferente de um filme como O Exorcista, onde o exorcismo dá um senso de conclusão pra história e resolve o conflito principal, trazendo a filha de volta pra mãe, etc).
- SPOILER: O que tem a ver a música do The Doors?? E as pessoas arranhando o chão? E as vozes de criança que o Eric Bana ouve? E os animais?
CONCLUSÃO: Filme assusta, diverte, mas a trama extremamente bagunçada deixa perguntas demais na cabeça do espectador.
(Deliver Us from Evil / EUA / 2014 / Scott Derrickson)
FILMES PARECIDOS: Invocação do Mal, O Último Exorcismo, A Entidade.
NOTA: 6.5
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Garota Exemplar
(Esta crítica está no formato de anotações - em vez de uma crítica convencional, os comentários a seguir foram baseados nas notas que fiz durante a sessão.)
ANOTAÇÕES:
- O mistério do desaparecimento torna o filme interessante desde o começo. Lembra um pouco Os Suspeitos. O lance dele seguir as pistas da esposa é divertido.
- Como todo filme do Fincher, a produção é ótima, assim como a direção, o elenco, etc. Nível estético acima da média.
- O relacionamento dos dois é detestável. Ambos estão errados, e o filme não parece condenar as atitudes deles. É como se ele estivesse dizendo: "vejam como os relacionamentos são inevitavelmente horríveis". O fato da menina ser a Amazing Amy apenas piora tudo: ou seja, até a "garota exemplar" no fundo é infeliz. Ninguém e nada pode ser "amazing" na realidade (senso de vida malevolente).
- SPOILER: A revelação da amante do Ben Affleck / da gravidez: filme é cheio de pequenas surpresas que o mantém interessante.
- SPOILER: Legal a reviravolta principal (Amy estar viva). Achei que essa revelação viria só no final do filme e não no meio. Deixa a gente curioso pra saber o que ainda pode acontecer.
- Interessante a crítica à mídia, embora também tenha um tom "malevolente" que me desagrada: a noção de que as pessoas são mal intencionadas, que a TV controla a sua realidade, etc.
- SPOILER: Inconsistência psicológica: eles não pareciam nem um pouco desequilibrados até o meio do filme. Por anos eles foram um casal típico, e de repente a mulher se torna uma assassina psicopata só por causa de uma traição?! Meio forçada essa transformação.
- SPOILER: A ideia parece ser que ela é super inteligente e é capaz de criar o crime perfeito. Mas na realidade é tudo muito descuidado. Ela está na mídia do país inteiro e fica andando por aí sem medo de ser reconhecida?? Se ela fosse "inteligente", ela teria se matado logo depois de ter armado a cena do crime na casa dela - antes da história explodir. É tudo meio irreal (até parece que ela iria se matar só pra incriminar o marido, sem ter a satisfação de saber que ele foi condenado. E se o plano desse errado? E se a investigadora descobrisse que foi tudo armação dela? Ela estaria morta e tudo teria sido em vão? Não me parece um plano nada plausível).
- Boa a cena do Ben Affleck sendo treinado pra parecer inocente na TV.
- SPOILER: Divertido Amy fingindo pras câmeras que o ex (Neil Patrick Harris) a estuprou. Rosamund faz bem esse papel de louca. Mas não acho ela uma louca tão gostável como por exemplo a de Atração Fatal (em Atração Fatal, a ideia era apenas chocar a plateia com uma mulher totalmente desequilibrada - aqui, junto com isso, há a intenção criticar a natureza do amor, de mostrar o lado negro da "Amazing Amy", o que dá um tempero amargo pra história).
- SPOILER: O final vai ficando falso demais e me distancia como espectador. Até agora pouco era um suspense cínico mas ainda assim envolvente, cheio de reviravoltas interessantes, bem feito. Depois que ela mata o ex e volta pra casa cheia de sangue, não dá mais pra acreditar em nada. Não faz o menor sentido esse plano dela.
- Talvez o problema do filme seja o Fincher, que tentou fazer um filme sofisticado a partir de uma história meio absurda. Acho que funcionaria melhor nas mãos de um Brian De Palma ou um diretor menos sério, que desse ao filme um tom explicitamente exagerado e kitsch.
CONCLUSÃO: O roteiro se perde no final, mas o resto é envolvente, tecnicamente bem feito, e deve agradar principalmente quem concordar com essa visão cínica do amor e da natureza humana.
(Gone Girl / EUA / 2014 / David Fincher)
FILMES PARECIDOS: Os Suspeitos / Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres / Zodíaco
NOTA: 7.0
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