Modo Avião (2020): 6.0 - Bem clichê e formulaico, mas transmite bons valores e é realizado com competência, o que já é um destaque pra um filme brasileiro (claro que é tudo uma desculpa pra Larissa Manoela exibir seu carisma, que é o que acaba carregando o filme).
Maria e João - O Conto das Bruxas (Gretel & Hansel / 2020): 3.0 - O cineasta tem um senso estético interessante (poderia ser um bom diretor de videoclipes, ou de ensaios de moda), mas infelizmente não percebe que há muito mais por trás de um bom filme do que imagens estilosas.
Sonic: O Filme (Sonic: The Hedgehog / 2020): 6.0 - Bonitinho e bem intencionado, embora artisticamente não seja muito mais ambicioso do que um episódio do Papa-Léguas na TV. Não é o desastre que se esperava pelo primeiro trailer, e ainda serve pra matar a saudade das caretas do Jim Carrey.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn / 2020): 5.0 - Visual bonito, Margot Robbie está divertida... Em geral fico incomodado com filmes que esperam que a gente torça por vilões, mas aqui não achei tão problemático pois o filme não leva a personagem a sério (não glamouriza o mal de forma tão grave quanto Coringa, e também não vira uma auto-paródia estilo Deadpool). Ainda assim achei difícil de me importar por alguém, pela trama, por qualquer coisa. Fica um senso de indiferença ao final da sessão - o que pelo menos já é um avanço em relação a Esquadrão Suicida.
Taylor Swift: Miss Americana (Miss Americana / 2020): 6.5 - Taylor tenta nos convencer de que ela cansou de ser uma boa garota, e por isso agora resolveu se posicionar politicamente, defender causas de esquerda, como se isso fosse sinal de rebeldia, independência intelectual. Mal sabe ela que até a Barbie defende causas de esquerda hoje, e que no fundo essa mudança só mostra que ela continua presa à necessidade de parecer uma boa garota: você não pode continuar sendo uma "boa garota" na cultura atual se você não fizer oposição a Trump, não se mostrar lutando pelas minorias, etc. Apesar dessa narrativa meio forçada, o documentário tem momentos interessantes quando foca na trajetória de sucesso de Taylor, no processo criativo, nos impactos psicológicos da fama, etc.
Midway - Batalha em Alto-Mar (Midway / 2019): 5.5 - Filme com jeitão de anos 90, que nos lembra tanto do aspecto divertido quanto do lado ruim dos blockbusters daquela época (excesso de clichês, personagens unidimensionais, etc). Mas como guilty pleasure até que não é ruim.
Klaus (2019): 6.5 - Foi o que achei mais legal entre os 5 indicados ao Oscar de Melhor Animação. Há algumas mensagens ruins (o filme podia muito bem ter sido uma celebração do empreendedorismo, mas ele tenta misturar isso com uma filosofia de altruísmo, o que não funciona tão bem - o protagonista chega a ser vilanizado por ter algum tipo de interesse pessoal no negócio de entregar brinquedos - não ser 100% altruísta como Klaus). Ainda assim é um roteiro bem elaborado, que cria uma história de origem interessante pro Papai Noel.
Link Perdido (Missing Link / 2019): 4.0 - Visualmente bonito, mas o trio central não tem muita química e a história não é das melhores (fica difícil se interessar tanto pelo objetivo do aventureiro, que quer ganhar respeito de homens que ele mesmo despreza, quanto pelo objetivo do Pé Grande, que quer encontrar sua tribo, mas está claramente indo atrás da tribo errada). Irrita também o problema do Herói Envergonhado - a tentativa de passar uma mensagem de heroísmo, integridade, determinação, ao mesmo tempo em que o filme apresenta os protagonistas como losers, figuras atrapalhadas, inseguras, nem um pouco inspiradoras.
Os Órfãos (The Turning / 2020): 3.5 - Apenas mais um amontoado de clichês pra preencher a cota de filmes de terror que estreiam todo mês. É o que costuma acontecer com diretores de videoclipe quando resolvem dirigir um longa: os cenários ficam incríveis, o visual dos atores também, mas a história é péssima e nada funciona num nível emocional. Se for pra ver uma adaptação de "A Volta do Parafuso", fiquem com o clássico de 1961 Os Inocentes.