- Imagens sempre simétricas chamam atenção demais pro estilo e distraem a gente do conteúdo do filme. Anderson deve ser fã do estilo de fotografia do Kubrick (imagens simétricas, zooms rápidos e repentinos, formato 4:3 - sem falar que o Hotel Budapeste remete ao Hotel Overlook de O Iluminado). Mas Kubrick não usava imagens simétricas o tempo todo. Seu foco era sempre a história, o conteúdo, e o estilo vinha pra servir à história - a forma estava em harmonia com o propósito das cenas. Aqui, a forma tem uma vida própria e passa por cima do conteúdo. O diretor usa zooms, movimentos bruscos de câmera, etc, tudo aleatoriamente, apenas pra ser "estiloso".
- História é Naturalista e pouco envolvente. Por que é importante pro personagem principal (e pra plateia) ouvir a história de vida do dono do hotel? Não há uma grande motivação. Além disso, a história que ele conta não é tão fantástica assim. São apenas episódios curiosos da juventude dele, mas sem uma grande mensagem por trás ou uma ideia importante.
- Ausência de emoção parece ser uma meta do filme. A história não tem conflitos sérios, momentos dramáticos, surpresas, envolvimento, etc. Intelectualmente o filme também não tem muito a dizer. A experiência se resume a dar pequenas risadinhas enquanto vemos cenários bonitos. Também não chega a ser uma comédia (as risadas do público geralmente vêm de atitudes inapropriadas, que revelam que o filme e os personagens não se levam a sério).
CONCLUSÃO: Às vezes não me incomoda um filme ser pouco emocionante quando ele é muito inteligente (ou um filme ser pouco inteligente quando ele é muito emocionante). Mas não vejo muita graça num filme que não pretende nem ser emocionante, nem ser inteligente, e tem estilo como o seu maior objetivo.
(The Grand Budapest Hotel / EUA, Alemanha / 2014 / Wes Anderson)
FILMES PARECIDOS: Moonrise Kingdom, Viagem a Darjeeling, etc.
NOTA: 4.0